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Porque é que a 5G vai revolucionar a indústria?

Porque é que a 5G vai revolucionar a indústria?

Se a globalização mudou a forma de entender os negócios, agora a indústria dará um passo à frente com o 5G, graças a uma total interconexão entre máquinas, bens e pessoas.

A rede 5G revolucionará o uso da robótica na Indústria 4.0, aumentando o desempenho dos armazéns e ajudando a criar operações mais seguras. Se a globalização mudou a forma de entender os negócios, agora a indústria dará um passo à frente com o 5G, graças a uma total interconexão entre máquinas, bens e pessoas.

Neste artigo analisaremos não só o que é a 5G, mas como será o processo de adaptação dessa tecnologia e, principalmente, quais serão seus benefícios para a indústria.

O que é a 5G? Definição e vantagens desta tecnologia

A 5G é a quinta geração de comunicações móveis, de acordo com o padrão IMT-2020 definido pela International Telecommunications Union (ITU). É, portanto, uma evolução da 4G, tecnologia atualmente utilizada na transmissão de dados entre dispositivos inteligentes.

Qual é a diferença entre 5G e 4G? Principalmente, a velocidade de troca de dados. De acordo com as primeiras implementações de empresas de telecomunicações como a Vodafone (na Europa), Verizon (nos EUA) ou EE (no Reino Unido), os dispositivos 5G atingem velocidades de conexão entre 10 e 20 vezes mais rápidas do que a 4G atual.

Mas, tão importante como o aumento da velocidade, é a diminuição da latência, ou seja, o tempo que leva para iniciar a transferência de um pacote de dados na rede. O que o 5G promete? Reduzir esse tempo para um intervalo entre 1 e 2 milissegundos, 90% menos quando comparado com 4G.

Portanto, a rede 5G otimiza o fluxo das operações da cadeia de abastecimento na Indústria 4.0, comunicando na velocidade máxima – e com segurança – com os diferentes dispositivos industriais conectados à rede.

Qual será o impacto da entrada do 5G na logística?

Atualmente, quando a existência de cabos não é a opção, os elementos automatizados de um armazém usam a tecnologia wi-fi ou Bluetooth, o que geralmente pode levar à interferência e conexões inseguras entre os dispositivos.

A 5G facilitará que os dispositivos enviem dados pela Internet de forma rápida e sem falhas. Isto aumentará os níveis de privacidade e agilizará a troca de informações nas instalações.

Além disso, a 5G vai revolucionar a produtividade nos armazéns e, assim uma diminuição da latência na conexão entre os trabalhadores e os elementos robóticos significará:

  • Mais ciclos/hora: uma rede mais rápida fará com que os elementos mecanizados das centrais de produção trabalhem com maior desempenho.
  • Redução de custos operacionais: a segurança da 5G irá reduzir erros nas operações dos armazéns, economizando gastos desnecessários para as empresas.

Nos armazéns onde é utilizado o voice picking ou onde são utilizados terminais de radiofrequência, a menor latência de dados garantirá um aumento dos picks por hora. Isto levará a um aumento na produtividade de cada trabalhador, com um maior benefício para a empresa.

A 5G agregará valor à gestão de mercadorias em trânsito: a integração de todos os elementos da cadeia de abastecimento permitirá que se tomem decisões críticas baseadas em mais informações, como por exemplo, a escolha de rotas em tempo real.

Na verdade, o transporte será um dos elementos da cadeia de abastecimento que será mais afetado pela entrada do 5G: dos veículos sem motoristas aos drones, o 5G abre um mundo de possibilidades nesta área.

5G: bem-vindos à era da robótica

A 5G consolidará definitivamente a robótica num armazém. Um estudo da consultoria norte-americana ABI Research conclui que a automação dará o salto na próxima década, com uma previsão de 50 000 armazéns robotizados até 2025 – atualmente são mais de 4000 em todo o mundo.

No total, espera-se que mais de 4 milhões de robots operem no setor de logística na próxima década. A 5G irá garantir conexão e segurança instantâneas entre todos os elementos que compõem a central logística.

Na verdade, os objetos que já estão integrados nos processos logísticos atualmente, como braços de picking, transelevadores ou terminais de radiofrequência, verão como a 5G torna as suas funções mais eficientes, flexíveis e seguras.

Assim, a entrada em vigor da tecnologia 5G traz 2 grandes melhorias para a logística industrial:

  • Redução dos riscos ocupacionais: a aplicação da 5G significará, graças ao aumento da velocidade dos dados e à diminuição da latência, a consolidação de robots colaborativos ─ ou cobots ─ no armazém, o que irá maximizar a segurança de cada trabalhador.
  • Redução de custos logísticos: as vantagens do 5G permitirão a criação de equipas especializadas que não terão que se deslocar para poder controlar a maquinaria. Isto ajudará na poupança e contenção das despesas nas empresas.
robótica na indústria

A tecnologia do Big data: e agora como aproveitamos o volume de informações?

A 5G abre uma janela de possibilidades na comunicação entre todos os elementos que compõem a cadeia logística: a velocidade da 5G aumentará a conectividade no armazém, o que aumentará o volume de informações e dados produzidos em cada etapa da cadeia de abastecimento.

Vejamos a aplicação do Big Data na indústria energética: através de um estudo eficaz de dados, é possível calcular a quantidade de energia realmente necessária. O próximo passo será usar a tecnologia apropriada para obter o consumo ideal.

Da mesma forma, novas técnicas permitem o estudo, visualização e gestão de informações de valor que, posteriormente, se traduzem em poupança e eficiência. Também permitem planeamento, estimativa e personalização do consumo, originando a poupança de eletricidade tanto para empresas de energia como para o consumidor comum.

A interligação de todas as operações de armazém numa mesma rede potente e segura facilita a integração das diferentes partes da cadeia de abastecimento, garantindo o rastreio completo da mercadoria.

No final de contas, com a entrada desta tecnologia, a robotização de um armazém ficará consolidada, através de redes fiáveis ​​e de baixa latência. Desta forma, o aumento do desempenho dos elementos mecanizados do armazém será reforçado e os erros nas operações do armazém serão cada vez menores.

Através das ferramentas adequadas, o Big Data permitirá que a logística se antecipe às tendências do mercado, detete erros nas operações, introduza soluções na cadeia de abastecimento e, claro, detete novas oportunidades de negócios para o futuro.

Todas essas informações nas centrais, colocam a logística 4.0 diante de um novo desafio: como analisar o enorme volume de dados que se produz a partir da interconexão de todos os elementos para otimizar os processos operacionais nas instalações?

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