Revista Manutenção

Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE)

Formação do IEP: Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE)

O IEP está a organizar uma ação de formação online no próximo dia 14 de outubro de 2025, sobre Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos. Com esta formação os participantes irão obter conhecimentos atualizados e práticos para enfrentar os desafios da área. Consulte todas as informações e inscreva-se já!

Um dos atuais maiores desafios ambientais e regulamentares da atualidade é a gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE). A rápida obsolescência tecnológica e o aumento do consumo de dispositivos eletrónicos fazem com que toneladas de resíduos altamente complexos sejam geradas todos os anos, com implicações sérias para o ambiente e para a saúde pública.

A importância da gestão de REEE

Os REEE contêm substâncias perigosas como mercúrio, chumbo ou cádmio, que, se manuseadas de forma inadequada, podem contaminar solos, águas subterrâneas e afetar a saúde humana. Além disso, os REEE possuem metais raros e componentes valiosos cuja recuperação se revela essencial numa lógica de economia circular e sustentabilidade industrial.

Por tudo isto, a gestão eficiente de REEE é uma questão de conformidade legal mas também uma oportunidade estratégica:

  • Reduzir riscos ambientais e reputacionais;
  • Valorizar recursos recuperáveis;
  • Demonstrar responsabilidade ambiental junto de clientes, parceiros e reguladores.

Enquadramento legal

A gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) está enquadrada por um conjunto de diplomas legais exigentes, tanto a nível europeu como nacional. O principal referencial comunitário é a Diretiva 2012/19/UE (Diretiva REEE), transposta para o ordenamento jurídico português pelo Decreto-Lei n.º 152-D/2017, com as alterações subsequentes.

Esta legislação estabelece responsabilidades para os produtores, distribuidores, operadores de gestão de resíduos e utilizadores finais, visando garantir a prevenção da produção de resíduos e a promoção da reutilização, reciclagem e outras formas de valorização.

Além disso, o Regulamento (UE) n.º 1357/2014 define os critérios para a classificação de resíduos perigosos, aplicável a muitos componentes dos REEE devido à presença de substâncias como chumbo, mercúrio, cádmio ou retardadores de chama bromados.

Obrigações legais-chave

  • Registo obrigatório dos produtores de EEE na plataforma nacional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA);
  • Recolha seletiva e encaminhamento adequado dos REEE para operadores licenciados;
  • Licenciamento de instalações e atividades de tratamento, com requisitos técnicos rigorosos;
  • Preenchimento e submissão de registos e relatórios periódicos à APA;
  • Cumprimento das regras de transporte de resíduos, incluindo o acompanhamento por guias eletrónicas (e-GAR);
  • Adoção de práticas de gestão que garantam a rastreabilidade, segurança e proteção ambiental.

O incumprimento destas obrigações pode resultar em coimas elevadas, interdição de atividades, responsabilidade civil ou criminal e danos reputacionais significativos. Para as empresas, formar técnicos qualificados na Gestão de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos é essencial não apenas para evitar riscos legais, mas para garantir uma atuação ambientalmente responsável, eficiente e alinhada com os princípios da economia circular.

IEP – Instituto Electrotécnico Português
Tel.: +351 229 570 000/15 · Fax: +351 229 530 594
info@iep.pt · www.iep.pt