Resumo
Durante a execução de uma obra/projeto deve ser feita a monitorização regular do estado de progresso das atividades planeadas e dos custos que lhes estão associados, além do registo, em tempo útil, de factos ou ocorrências relevantes, das datas de início e das datas de fim de cada uma dessas atividades. Neste artigo são revistos e exemplificada a utilização de vários indicadores que possibilitam uma avaliação integrada do cumprimento do prazo e do custo de uma obra/projeto e, por consequência, uma adequada e atempada tomada de decisão sobre o que manter, modificar e/ou eliminar no sentido de cumprir o que tiver sido contratualizado.
Introdução
São recorrentes os alertas do Tribunal de Contas português sobre a necessidade de haver mais rigor na elaboração dos projetos que envolvem dinheiros públicos e na interpretação do conceito de circunstâncias imprevistas/imprevisíveis que conduzem à alteração desses projetos [1]. Infelizmente, o incumprimento de prazos e de custos nos projetos não ocorre somente naqueles que envolvem dinheiros públicos e não é um sério problema só em Portugal [2]. São vários os trabalhos publicados que identificam as causas do incumprimento, fazem a análise dessas causas e propõem soluções para as ultrapassar. Como exemplos referem-se [2-6].
A um responsável pela realização de obras/projetos1 que contemplem, por exemplo, a manutenção de instalações, infraestruturas e equipamentos, é exigido que conheça todas as boas práticas que assegurem, para além da devida segurança, saúde e qualidade no trabalho executado, o cumprimento dos prazos e dos custos estabelecidos contratualmente. Em particular, é expetável que faça uso de ferramentas que facilitem a monitorização das obras/projetos e a tomada de decisão em função dos factos e dados recolhidos sobre o andamento das atividades planeadas. O popular diagrama de Gantt, muitas vezes denominado simplesmente por cronograma, é uma ferramenta de planeamento que há muito é utilizada para representar e facilitar a visualização das atividades a realizar numa base temporal e identificar as atividades que definem ou condicionam a duração da obra/projeto, denominadas atividades críticas. Importa relembrar que as atividades críticas têm folga nula, ou seja, tem uma data de início e de fim únicos, função da sua duração e relações de precedência, enquanto as atividades não-críticas têm folga, ou seja, as datas de início, e por consequência as de fim, são “flexíveis”, ou seja, podem iniciar-se na denominada data de início mais cedo, na data de início mais tarde ou em qualquer data entre estas. Porém, para fazer a monitorização regular da evolução das atividades planeadas (trabalhos) são necessárias outras ferramentas que permitam dar resposta a questões do tipo: É uma “boa notícia” ou uma “má notícia” quando se constata que, num determinado momento da execução duma obra/projeto, apenas 50% da verba que estava planeada ser gasta (orçamentada) tinha, de facto, sido gasta? E se a referida despesa tivesse ocorrido quando apenas 30% do trabalho que estava planeado tinha sido realizado? Com base no que já aconteceu, qual será o tempo necessário para concluir o projeto? O prazo de conclusão contratualmente estabelecido vai ser cumprido?
Nuno R. Costa
IPS-ESTSetubal – CINEA
UNIDEMI
nuno.costa@estsetubal.ips.pt
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