O verniz pode originar a colagem das servo-válvulas que podem provocar o mau funcionamento das turbinas; sempre que tal acontece é necessário remover o verniz que se depositou no sistema, resultando em paragens não programadas e o aumento dos custos de operação.
O verniz é um depósito fino, duro e brilhante de substâncias insolúveis no óleo, composto principalmente por resíduos orgânicos e é identificado por uma coloração acinzentada, castanha ou âmbar (embora a cor possa variar).
Não é fácil de retirar através de limpeza convencional, sendo resistente a solventes saturados. As razões para o aparecimento do verniz são múltiplas, estando relacionadas com condições mais exigentes de operação do óleo, como:
- oxidação acelerada devido a temperaturas elevadas;
- tipo de bases utilizadas – as bases de baixa solvência favorecem o aparecimento do verniz;
- descargas elétricas em filtros mecânicos;
- micro-dieseling;
- tipo de operação – cíclica ou com picos de serviço;
- bases e aditivos de menor qualidade.
Todos os óleos para turbinas, sejam minerais ou sintéticos, são compostos por hidrocarbonetos que se degradam ao longo do tempo.
Compreender e controlar a velocidade a que estes óleos se degradam evitando e retirando os produtos que se formam devido a esta degradação, é vital para garantir um período mais alargado de operação com a redução dos custos associados à manutenção e aumento da produtividade do equipamento.
Quando um óleo para turbinas é formulado, uma das principais preocupações que têm que ser garantidas é o aumento da resistência do óleo à formação de verniz.
À medida que os óleos para turbinas se degradam devido aos efeitos de altas e, muitas vezes, variáveis temperaturas ou cargas, associados a contaminantes internos ou externos e partículas de desgastes, podem formar-se diversas espécies de hidrocarbonetos.
Este tipo de hidrocarbonetos é originado devido à degradação do óleo base ou de aditivos, como os antioxidantes e, em baixas concentrações, são solúveis no óleo aumentando a sua acidez. O valor da acidez é medido laboratorialmente através do TAN (Total Acid Number). À medida que este valor aumenta, o óleo vai-se tornando cada vez mais ácido, podendo contribuir para um ataque químico aos componentes do sistema.
Porém, à medida que a quantidade de hidrocarbonetos resultantes da degradação do óleo base e/ou dos aditivos vai aumentando, estes originam compostos insolúveis e polares que precipitam nas superfícies das chumaceiras planas e de deslizamento, servo-válvulas, filtros e caixas de engrenagens ou no depósito do óleo sob a forma de verniz ou depósitos.
O verniz que resulta deste processo pode alterar as condições de transferência de calor e, por isso, originar o aumento de temperatura nas chumaceiras, dificultar a resposta das servo-válvulas, das aletas guia e a filtros bloqueados levando a paragens não programadas, redução da produtividade e aumento dos custos de operação.
Eng.º Filipe Atouguia e Eng.º Jorge Cardoso
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