Mas estes sistemas vitais são frequentemente afetados por um ladrão silencioso – as fugas. Embora aparentemente insignificantes, as fugas não tratadas podem provocar uma hemorragia de dinheiro, energia e até mesmo segurança.
Este artigo explora a importância da medição de fugas de ar comprimido e gás, os benefícios de um programa de gestão de fugas e a forma como a tecnologia de ultrassons permite às empresas identificar e quantificar estas perdas silenciosas.
O impacto das fugas não detetadas
As fugas nos sistemas de ar comprimido e de gás criam uma multiplicidade de problemas.
Em primeiro lugar, desperdiçam ar comprimido ou gás valiosos, obrigando os compressores a trabalhar mais para manter a pressão. Isto traduz-se num aumento do consumo de energia e em faturas elétricas mais elevadas. Estudos sugerem que as fugas podem ser responsáveis por 30%, ou até mais, da produção total de um sistema de ar ou gás.
Em segundo lugar, as fugas podem comprometer a eficiência de ferramentas e máquinas pneumáticas. Uma pressão inconsistente pode levar a avarias, à redução da eficiência de produção e até a defeitos no produto final. Para além disso, as fugas podem introduzir contaminantes no sistema, pondo em causa a qualidade do produto e, potencialmente, criando riscos de segurança.
Para além dos impactos financeiros e operacionais, as fugas também contribuem para um maior impacto ambiental. A energia utilizada para gerar ar comprimido provém frequentemente de combustíveis fósseis e as fugas traduzem-se diretamente no aumento das emissões de gases com efeito de estufa.
Por último, as fugas são também um potencial problema de segurança, especialmente quando se trata de gases inflamáveis. Uma fuga de gás inflamável pode criar uma atmosfera explosiva, aumentando o risco de incêndios e explosões. Isto representa uma ameaça significativa para os trabalhadores e instalações.
Técnicas de deteção e medição de fugas
Podem ser utilizadas várias técnicas para a deteção de fugas, cada uma com as suas vantagens e limitações.
As inspeções visuais são um bom ponto de partida, mas podem ser demoradas e ineficazes para identificar fugas ocultas. As bolhas de sabão podem ser utilizadas para identificar fugas maiores, criando bolhas nos pontos de fuga. No entanto, este método é moroso e inconveniente.
A tecnologia de ultrasons destaca-se como a técnica mais eficaz para a deteção e medição de fugas. Os instrumentos de inspeção por ultrasons detetam os sons de alta frequência emitidos pelas fugas, que são inaudível para o ouvido humano. Isto permite a localização exata de fugas, mesmo em ambientes industriais ruidosos.
Existem dois tipos principais de instrumentos de deteção de fugas por ultrasons:
- Instrumentos de escuta: estas ferramentas de inspeção são rentáveis, facéis de usar e ideais para instalações de pequena e média dimensão.
- Câmaras de ultrasons: estas combinam a precisão dos ultrasons com informação visual, permitindo aos operadores ver a localização da fuga num ecrã. Isto torna as inspeções mais rápidas e mais fáceis, especialmente em instalações de grandes dimensões com layouts complexos.
Para ler o artigo completo faça a subscrição da revista e obtenha gratuitamente o link de download da revista “Manutenção” nº160/161. Pode também solicitar apenas este artigo através do email: a.pereira@cie-comunicacao.pt
Outros artigos relacionados
- Case study “O custo real das fugas de ar comprimido – casos e exemplos” da edição 159 da revista Manutenção;
- Case study “Aplicações de ar comprimido em operações de paragem em refinarias” da edição 148 da revista Manutenção;
- Artigo “O papel dos ultrassons na gestão de ativos e manutenção preditiva” da edição 153 da revista Manutenção;
VOCÊ PODE GOSTAR
-
Impactos da Inteligência Artificial na Manutenção Técnica
-
Modernizar a manutenção: integração de tecnologia com sondas PTC
-
Vantagens da Inteligência Artificial na gestão da manutenção
-
Next-generation maintenance: harnessing the Internet of Things, Artificial Intelligence, robotics, and metaverse technologies
-
FMEA na manutenção: potencial da aplicação da teoria axiomática