Revista Manutenção

Lubrificação – um novo contorno na sua história

Lubrificação – um novo contorno na sua história

Não é novidade que a lubrificação desempenha, atualmente, um papel fundamental nos mais variados setores.

Também não é novidade que a tribologia – ciência que estuda a interação entre duas superfícies em movimento – tem evoluído muito no sentido de acompanhar a utilização de novos materiais e soluções construtivas nas mais variadas máquinas ou equipamentos.

O que talvez não seja tão conhecido é a antiguidade deste conceito e as soluções encontradas pelos nossos antepassados. Teríamos que recuar a 2600 AC, altura em que o primeiro registo confirmado de um composto pastoso foi usado nas rodas do trenó do Faraó Ra-Em-Ka. Este composto tinha por base o sebo de boi ou de carneiro e tornava as invenções egípcias um pouco mais fáceis de movimentar. Ainda em 776 AC existe também registo da utilização de compostos similares nas carruagens de guerra puxadas por cavalos durante os primeiros jogos olímpicos na Grécia antiga.

A gordura animal continuou a ser usada em diferentes aplicações e com outras origens como, por exemplo, o óleo de baleia que ajudava os Vikings a manobrar melhor e mais rapidamente os seus grandes barcos, garantindo a lubrificação dos lemes e das articulações dos mastros. É apenas no séc. XVI que o petróleo começa a ser utilizado como lubrificante, como consequência de uma maior exigência das máquinas no que diz respeito à durabilidade, resistência e funcionalidade.

Em 1859, com a perfuração do primeiro poço de petróleo por Edwin Drake, a maior abundância desta matéria-prima permitiu um melhor estudo e desenvolvimento, resultando em diferentes tipos de lubrificantes, mas sobretudo, mais refinados. Até que em 1930, como consequência de uma fraca disponibilidade regional e elevada procura por entidades militares, cientistas alemães dão os primeiros passos na criação de óleo sintético que acabou por ser usado também durante a 2.ª Guerra Mundial.

Evolução e desenvolvimento tecnológico

Com efeito, a lubrificação tornou-se numa enorme necessidade nas mais variadas aplicações do nosso dia-a-dia. Aliás, é altamente improvável que olhemos para algo na rua ou em nossa casa que não necessite de ser lubrificado ou tratado para redução do atrito. Desde uma simples bicicleta de criança a um complexo avião, passando pela batedeira com que fazemos bolos e acabando nas janelas de nossa casa. E é por existirem máquinas e aplicações tão distintas como as referidas que o lubrificante também precisou de evoluir e se adaptar para garantir eficiência, proteção e segurança no seu funcionamento.

Surgem os Aditivos – produtos químicos adicionados ao óleo – que conferiam propriedades específicas que dependiam da aplicação. Estes químicos permitiam, por exemplo, conferir maior adesividade, menor tendência para formação de espuma, aumentar a proteção anticorrosiva, entre outros. Atualmente um determinado lubrificante não terá mais do que 25% do seu peso em aditivos.

A melhor refinação do petróleo também permitiu obter um produto final cada vez mais limpo, eliminando partículas ou componentes que seriam prejudiciais a determinadas aplicações. Foi então necessário classificar os produtos petrolíferos em função da sua refinação, tendo sido separados por grupos:

GRUPOTeor de SaturadosTeor de EnxofreÍndice de
Viscosidade
Classificação
I< 90 %0,03 %80 < I.V. < 120Mineral
II≥ 90 %≤ 0,03 %80 < I.V. < 120Mineral
III≥ 90 %≤ 0,03 %I.V. ≥ 120Semi-sintético
IVP.A.O. – PolialfaolefinasP.A.O. – PolialfaolefinasP.A.O. – PolialfaolefinasSintético
VÉsteresÉsteresÉsteresSintético

Como é fácil de perceber, quanto mais alto o número do grupo, mais evoluído é o lubrificante. Mas é importante ressalvar que nem todos os óleos sintéticos podem substituir os óleos minerais. Por exemplo, o óleo de motor à base de Éster (Grupo V) é uma excelente escolha para automóveis de competição, mas não é a solução indicada para um veículo de uso diário. Os motivos prendem-se sobretudo com as diferentes necessidades dos motores como, por exemplo, a incompatibilidade com sistemas de controlo de emissões poluentes num motor de um automóvel citadino atual.

Adaptação e regulamentações

Existem centenas de marcas de óleo em todo o mundo. Algumas, atrevendo-me a dizer até muitas, são, na verdade, apenas embaladores de óleo em latas com a sua própria marca, estando limitados ao que o seu fornecedor disponibiliza, acrescentando ao facto de nem sempre o acompanhamento técnico ser satisfatório. Aqueles que efetivamente estudam, desenvolvem e produzem lubrificantes são os que – na minha opinião – estão verdadeiramente aptos a fornecer uma solução completa e integrada de lubrificantes de qualidade garantida que estejam de acordo com as mais recentes normas e regulamentações.

E foi essa garantia que a Sociedade Importadora ROMAFE encontrou na ROWE MINERALÖLWERK GMBH, uma das maiores empresas alemãs de gestão familiar e com mais de 25 anos de experiência no setor. Com instalações em Bubenheim e em Worms (Sede), a fábrica tem cerca de 65 kms de pipeline e está implantada numa área equivalente a 13 campos de futebol.

ROMAFE
Tel.: +351 226 158 300 · Fax: +351 226 158 309
romafe@romafe.com · www.romafe.pt

Para ler o artigo completo faça a subscrição da revista e obtenha gratuitamente o link de download da revista “Manutenção” nº149. Pode também solicitar apenas este artigo através do emaila.pereira@cie-comunicacao.pt

artigo lubrificacao historia

Outros artigos relacionados