Revista Manutenção

uma visão sobre a evolução dos softwares de gestão de ativos físicos

Da manutenção preventiva à análise preditiva: uma visão sobre a evolução dos softwares de gestão de ativos físicos

Resumo

Este artigo expõe a evolução dos softwares de apoio à gestão de ativos físicos, começando pelo Computerized Maintenance Management System (CMMS), que sendo um dos primeiros tipos de software a ser utilizado para a gestão de ativos, permitia uma visão geral das atividades de manutenção. O avanço da tecnologia permitiu o desenvolvimento de sistemas mais abrangentes e completos, como é o caso dos Enterprise Asset Management (EAM), que já integram todas as funções de gestão de ativos, incluindo a manutenção, gestão de stock, compras ou gestão financeira.

São ainda destacados os benefícios da integração de tecnologias como Big Data e IoT nos softwares de gestão de ativos. Através destas tecnologias é possível recolher e analisar grandes quantidades de dados, permitindo identificar tendências e padrões e, assim, ajudar as organizações a tomar decisões informadas sobre a manutenção e a gestão dos seus ativos. A IoT, por sua vez, permite que os dispositivos e sensores conectados recolham, em tempo real, dados sobre o desempenho dos ativos, o que pode ajudar na identificação de problemas e na prevenção de falhas. Neste artigo são ainda apresentados 2 casos de estudo referentes à aplicação destas tecnologias, exemplos que permitem elucidar e realçar a importância da Big Data e da IoT nos softwares de gestão de ativos.

Como conclusão, são apresentadas algumas perspetivas de evolução dos softwares de suporte à gestão de ativos, tendo em conta as tecnologias anteriormente mencionadas e ainda os principais insights/conhecimentos resultantes da análise inicial.

Palavras-chave: CMMS, EAM, Big Data, IoT, Software de gestão de ativos

1. Introdução

Nos últimos anos, os Asset Management Software (AMS) evoluíram de forma significativa, com diferentes soluções e tecnologias a serem introduzidas para melhorar a eficiência e eficácia da gestão de ativos em diversas organizações, pelo que também o Asset Management Software (AMS) e o Hardware Asset Management (HAM) se tornam relevantes. Segundo Quitério Varela et al. [1], o AMS não é apenas uma questão técnica, mas também uma questão estratégica para as empresas. Sendo assim, é importante que as empresas adotem práticas de gestão de ativos em software eficazes, para que consigam garantir o sucesso a longo prazo, a par com a implementação de AMS para a gestão dos seus ativos físicos.

Têm vindo a surgir diversos tipos de softwares que apoiam e permitem otimizar a gestão de ativos das organizações, como é o caso dos Computerized Maintenance Management System (CMMS) e, posteriormente, dos Enterprise Asset Management (EAM) e dos Asset Performance Management (APM). Enquanto o CMMS se foca mais na gestão da manutenção de ativos físicos, o EAM visa abranger todo o ciclo de vida de um ativo numa abordagem mais holística. No entanto, ambos procuram adaptar-se às necessidades de cada empresa e, assim, são um suporte essencial para uma gestão de ativos mais completa e integrada [2].

A aplicação com sucesso destas ferramentas informáticas depende não só do acesso a informação atualizada, detalhada e precisa acerca das instalações, sistemas e equipamentos, mas também da forma como os mesmos são atualizados e da forma como os ativos são geridos pelas organizações [3] [4]. A possibilidade de documentar as atividades de manutenção e de comunicar informação relevante, com base na análise desses dados, foi inclusive identificada por Conceição et al. como 2 das características mais valorizadas por pequenas e médias empresas em Portugal [5].

Porém, a principal impulsionadora da evolução dos AMS tem sido a introdução de novas tecnologias como Big Data, Internet das Coisas (IoT) e a Inteligência Artificial (IA). A Big Data Analytics, que permitem o processamento de grandes quantidades de dados, têm permitido às organizações/instituições obter uma melhor gestão dos seus ativos e uma redução de custos, bem como um aumento significativo da eficiência operacional. Para além disso, estas tecnologias possibilitam a análise de dados em tempo real, levando a que se identifique problemas atempadamente e a que se obtenha insights valiosos sobre o desempenho dos ativos [6].

Sendo assim, o objetivo deste artigo é descrever de forma sistemática como os AMS evoluíram até aos dias de hoje, através de uma explicação breve centrada nos CMMS e EAM. De modo a destacar a importância das Big Data e o seu papel no desenvolvimento destes softwares, são apresentados 2 casos de estudo que utilizam esta tecnologia como solução para melhorar a eficiência e a fiabilidade dos seus processos.

Por fim, são descritas algumas ideias acerca do futuro dos AMS e de como estes irão evoluir, com base nos sistemas e tecnologias anteriormente apresentadas.

2. CMMS: Computerized Maintenance Management System

Um CMMS consiste num software de gestão de manutenção, utilizado para planear, programar e controlar as atividades de manutenção de uma organização. Este tipo de software já é utilizado há várias décadas, com o objetivo de gerir a manutenção preventiva em equipamentos militares [7].

O software evoluiu e passou a ser utilizado noutros setores, como a indústria transformadora ou os setores dos transportes e da saúde. Segundo Farinha et al. [8], um CMMS permite controlar as ordens de trabalho, programar a manutenção preventiva, gerir os stocks de peças e equipamentos e acompanhar os custos da manutenção. Para além disso, Stazic´ et al. [9] destaca que os CMMS permitem uma gestão mais eficiente dos dados, tornando mais fácil a identificação de falhas recorrentes e a implementação de melhorias nos processos de manutenção.

João Costa, Leonardo Torres, Mariana Borges
Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), Rua Pedro Nunes, 3030-199 Coimbra, Portugal
joaopaulopcosta1014@gmail.com (FA) (CA); leonardo.torres@outlook.pt; marianaborges2001@sapo.pt

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