Analisa-se, neste artigo, o caso relativamente comum de componentes que são recuperados/reparados após falharem por um modo de degradação, até um determinado número limite de vezes sob pena de o seu desempenho ser comprometido. É o caso comum de pneus recauchutados numa frota de veículos. Com efeito, verifica-se na prática, que a vida útil de um componente reparado de uma falha anterior, após sofrer uma nova falha e consequente reparação, diminui segundo uma taxa aproximadamente constante ou progressivamente crescente que interessa ser calculada, de modo a estimar quando o componente terá de ser substituído por outro novo. Este período total de vida deve ser considerado no plano de actividades e orçamento dos custos previsionais de manutenção. Para este efeito, parte-se do conhecimento dos parâmetros da distribuição teórica de probabilidade de falha, determinados por um método estatístico de aderência/ajustamento, e do histórico de períodos de vida útil após cada reparação de componentes anteriores iguais e sucessivamente substituídos. O EXCEL permite calcular o Factor de Restauro (FR) e o gradiente g através de um método iterativo exemplificado neste artigo. Os resultados podem ser comprovados com o recurso a 2 aplicações EXCEL residentes no website do autor.
Introdução
Alguns componentes de sistemas podem ser reparados, embora um número limitado de vezes, devido a deterioração progressiva das suas características intrínsecas – casos da recauchutagem de pneus e do revestimento de veios – ou da alteração dimensional para valores fora dos limites da tolerância, como no caso das rodas de um bogie, em resultado da rectificação do rasto e correspondente diminuição do diâmetro. Na prática, as empresas que lidam frequentemente com esta questão fixam um número limite de vezes de restauro/reparação.
Para quantificar esta situação, define-se um Factor de Restauro (FR). Este factor exprime a percentagem da vida útil anterior da qual o componente poderá beneficiar na vida útil posterior após cada reparação. O Factor de Restauro é de natureza probabilística, pois irá condicionar os valores aleatórios dos TTF que se seguem após a primeira falha seguida de reparação, até à última falha, momento em que é descartado.
Frequentemente considera-se que um componente quando é reparado volta ao estado de novo (as good as new). Este pressuposto é sempre verdadeiro quando o componente não é reparável e, consequentemente, após falhar é substituído por um componente novo. Porém, este pode não ser o caso, adoptando-se então um factor de restauro FR (entre 0 e 1 ou 100%) para traduzir o conceito de “reparação perfeita” (FR = 1) ou de “reparação imperfeita” (0 ≤ FR < 1).
Rui Assis
EIGeS – Centro de Investigação em Engenharia Industrial, Gestão e Sustentabilidade da Universidade Lusófona
APMI – Associação Portuguesa de Manutenção Industrial
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