No que concerne aos motores de indução alimentados directamente da rede, é muito importante assegurar que são alimentados da melhor forma, idealmente por um sistema trifásico sinosoidal. As anomalias são inevitáveis no sistema de alimentação, não só em termos de fiabilidade de serviço como também na qualidade das forma de onda das tensões, sendo este último aspecto mais importante no contexto da eficiência energética.
As anomalias de curta duração (e.g., cavas) podem ter um impacto significativo em sistemas electrónicos, como os VEVs, não influenciando significativamente o desempenho do motor. As anomalias de longa duração como o abaixamento, o desiquilíbrio e/ou distorção harmónica da tensão, podem ter um efeito nefasto na fiabilidade do motor, baixando seguramente o seu rendimento.
O abaixamento da tensão não é prejudicial se o motor estiver sobredimensionado, mas conduzirá ao aumento das suas perdas se estiver a operar à plena carga (ou perto desta). O desequilíbrio da tensão, devido ao aparecimento de um componente inversa (ou de sequência negativa) de tensão, que produz um campo magnético girante de sentido contrário ao produzido pela componente directa (ou de sequência positiva), aumenta significativamente as perdas no motor.
A distorção harmónica, particularmente com componentes harmónicoas de baixa ordem (5ª, 7ª, 11ª e 13ª ordem), produzem correntes e campos magnéticos girantes parasitas de sequência positiva e negativa que, em última instância, aumentam as perdas do motor. Como o aumento das perdas resultantes das anomalias referidas resulta no aumento da temperatura de operação do motor, deve-se quantificar o grau da anomalia (em %) e aplicar factores de desnominalização (ou desclassificação) que permitem determinar a redução na potência mecânica transmitida pelo veio necessário, para garantir que o aquecimento do motor não excede o valor nominal conducente ao tempo de vida originalmente expectável. As anomalias referidas também podem interferir, acentuadamente, no tempo e capacidade de arranque do motor.
(Continuação do artigo da última edição)
Fernando J. T. E. Ferreira
Dep. Eng. Electrotécnica, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, Coimbra, Portugal
Dep. Eng. Electrotécnica e de Computadores, Universidade de Coimbra, Portugal
Sérgio M. A. Cruz
Instituto de Sistemas e Robótica, Universidade de Coimbra, Portugal
Instituto de Telecomunicações, Portugal
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